quinta-feira, 8 de julho de 2010

As surpresas do experience marketing

Caixas-presente ganham espaço em ações de incentivo e relacionamento e também em lojas de varejo.
Por Fernando Murad

Passeios de balão são umj exemplo de ofertas de experiências que ajudam a aproximar empresas e clientes O que faria mais sucesso com um funcionário, cliente ou mesmo um parente ou amigo: um kit churrasco ou uma aula de culinária particular com um renomado chef? Um brinde de final de ano ou um passeio de balão? Por essas e outras, as atividades de experience marketing - quando um produto ou empresa proporcionam uma experiência inesquecível para seu consumidor - estão ganhando cada vez mais espaço nas ações de marketing de anunciantes e até mesmo nas gôndolas do varejo, com as caixas-presente.
Com uma simples caixinha a empresa pode incentivar, bonificar ou premiar um funcionário, cliente ou prospect com uma atividade única, que pode ser compartilhada com outras pessoas de acordo com o presente escolhido, e que deixará sua marca na memória afetiva do contemplado por um bom tempo.
"As empresas precisam se aproximar das pessoas, estabelecer laços emocionais, estar perto delas no dia a dia. Nada melhor do que experiências que valorizam a qualidade de vida para aproximar marcas e pessoas", comenta Jorge Nahas, CEO de O Melhor da Vida, fundada em 2005 e que desde então vendeu mais de 500 mil experiências.
Segundo Nahas, o mercado mundial já movimenta 19 bilhões de euros. "Na França, foram vendidas mais experiências que iPods­ no Natal. No Brasil o mercado ainda está em fase inicial, mas é promissor. Deve movimentar mais ou menos R$ 20 milhões por ano", estima o executivo. "O negócio de caixas-presente é muito forte fora daqui. Na Europa, divide espaço nas gôndolas com livros, CDs e DVDs", conta Andre Susskind, que buscou inspiração no exterior para lançar no final do ano passado, ao lado do irmão Daniel, a Viva! Experiências.
Com investimentos da ordem de R$ 1 milhão, a empresa espera atingir no final do ano faturamento de R$ 3,5 milhões a R$ 4 milhões. "Tínhamos a previsão de vender 20 mil caixas em 2010, mas estamos revisando o número. Já ultrapassamos dez mil e ainda temos grandes datas comemorativas no ano. Ouvimos de muitas empresas que elas sentem uma carência em encontrar maneiras de agradar os clientes. Invariavelmente dão um brinde que fica pouco tempo na memória. Trabalhamos com experiências que ficam por anos no imaginário das pessoas", pontua Susskind, destacando que a Viva faz parte de programas de incentivo de empresas como Telefônica, Sky, Vivo, DHL, Cielo e Dotz.
Na opinião de Luana Gomes, coordenadora de marketing e comunicação da portuguesa A Vida é Bela, que no ano passado encerrou a sociedade que mantinha com a Conectis na operação brasileira, as caixas-presente são um facilitador para as companhias. "Com um kit elas podem atingir o Brasil todo. Existe um grande potencial de crescimento no mercado corporativo, pois as empresas têm a oportunidade de se associar a experiências agradáveis", afirma.
Oportunidades no varejo
Além do segmento corporativo, a venda para o público em geral também tem rendido frutos às empresas do setor que têm ampliado a presença no varejo físico. Os kits de A Vida é Bela, por exemplo, estão presentes em lojas Fnac de Brasília, Campinas, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Ribeirão Preto e São Paulo. Já as caixas da Viva! Experiências estão na Livraria da Vila e na Capítulo 4 Livraria, ambas na capital paulista. "A entrada no varejo é muito grande e isso cria oportunidades de negócio para o segmento corporativo", aponta Luana.
De acordo com Susskind, a Viva ainda não tem uma resposta de como os dois mercados vão se equilibrar, mas por enquanto um tem gerado vendas para o outro. "Os mercados corporativo e de pessoas físicas se complementam. As vendas no varejo abrem portas nas empresas e vice-versa. O que percebemos é que um alavanca o outro", conta o executivo.
A empresa O Melhor da Vida é focada no mercado corporativo, mas também atua no varejo virtual (com vendas no seu próprio site). A média anual de vendas está na casa de 150 mil experiências e a empresa espera crescer 25% em 2010. No primeiro semestre, a companhia registrou alta de 15% nas vendas. "No segundo semestre o mercado 'bomba'. Esperamos superar a meta de 25%", diz Nahas.

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